Ficção e política, da ditadura civil-militar à crise da democracia no século XXI

Este número especial da Revista Iberoamericana reúne ensaios que exploram as muitas vertentes da ficção política brasileira dos últimos cinquenta anos. Alguns deles oferecem novas perspectivas sobre a obra de importantes escritores que escreveram durante a ditadura e na primeira década que se seguiu à abertura política iniciada com a Lei da Anistia de 1979, tais como Erico Verissimo, Lygia Fagundes Telles, Ana Maria Machado e Antônio Callado. Outros ensaios examinam obras de uma segunda geração da ditadura militar, incluindo romances de autores nascidos nas décadas de 1960 e 1970, como Fernando Bonassi, André Sant’Anna, Adriana Lisboa e Tatiana Salem Levy. Nestas obras, ao trabalho da memória concorrem as pós-memórias que aqueles que vivenciaram os anos de autoritarismo deixaram para as gerações mais jovens, memórias pessoais, familiares ou coletivas das experiências traumáticas da ditadura brasileira.